sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

O título é o nome do doce

 19/04/2021

   Estou escrevendo mais um texto que você não vai ler enquanto escuto Roberto Carlos. Brega, eu sei.

   Acho que faz um ano, mais ou menos, que me apaixonei por você. Foi tão rápido e inesperado que não tenho como saber a data. Acordei um dia sem o seu “bom dia” e notei que estava entregue. Ou talvez tenha sido antes, quando eu sorria toda boba ao ver uma notificação de mensagem sua.

   Há alguns meses demos aqueles dois beijos que para mim foram perfeitos e inesquecíveis. Tão igual ao que eu havia imaginado-sonhado-esperado que parecia até um dejà-vu. Tão especial que parece que quando Darvin cantou “nós dois sorrindo, tão juntos que tudo perdia o sentido. Em nossa mente, um oceano de palavras, mas um deserto de silêncio que calava e só um beijo ia quebrar” foi pensando em nós dois. 

   Muitas vezes me perguntei quão real é isso tudo e nem sempre consegui me convencer da resposta. Mas eu sei que o que eu sinto é enorme, quase grande demais para sentir e, sem dúvida, maior do que poderia ser. Porra, eu te amo. E é difícil não te ter por perto. Eu queria dormir e acordar do teu lado. Queria que seus olhos de amêndoa fossem a primeira coisa que eu visse ao amanhecer e dói não poder nem sonhar.

   Eu tentei não me apaixonar. Tentei mais ainda não te amar. É clichê dizer que não dá para controlar os sentimentos, mas é verdade. É por isso que agora, além disso tudo, não consigo controlar a saudade.

sábado, 28 de março de 2020

Quarentena

     Há momentos na vida onde o padrão passa a ser questionar. Isso acontece principalmente após fases turbulentas onde a adaptação é pautada na crença de que quase nada está no nosso controle.
     Então pensamos: e agora? O que mudou em mim? E aquilo que eu admirava? Será que perdi o que acreditava? Será que acabou? E se nunca mais voltar? Onde vou me apoiar agora?
     O inédito aqui é essa transição entre a tempestade e a calmaria acontecer durante um contexto de quarentena. Acho que a vida tem dessas coisas... suponho que seja engraçado que eu tenha achado justamente agora as respostas que tanto procurei no início do ano.
     Eu sempre soube que o tempo era meu deus, mas, vocês devem saber como é: sou cética e nem sempre confio nele. E ele, persistente como só um deus pode ser, me mostra o que eu procuro logo quando eu desisto de achar.
     Ele é brincalhão também, é claro. As situações de aprendizado nunca parecem as ideais. Ah, meu deus dos ponteiros, tantas vezes te amaldiçoei por isso. Ah, meu deus das areias caindo, hoje eu rio junto com você. As vezes rio enquanto choro, confesso. Mas eu rio, meu deus embranquecedor dos cabelos.
     Acho que a felicidade para mim é perceber você aqui. É entender que as dúvidas deixam de importar a partir do momento em que você age e enche meu coração do que eu estava louca de vontade de sentir. Você me enche de vida.
     E era justamente a vida que eu precisava sentir fluindo dentro de mim durante esse ano tão assustador que está sendo, e ainda vai ser, 2020.
     Me deixa com essa vida mais um pouquinho...